Uma das maiores dificuldades dos pais de crianças com deficiência é garantir que os filhos tenham independência e autonomia. Ser autônomo é ter capacidade de tomar decisões e planejar seus objetivos enquanto a independência se refere à capacidade de fazer as atividades do dia a dia, como tomar banho, se alimentar, vestir a roupa e escovar os dentes, sem precisar de ajuda.
A conquista da autonomia é importante para o desenvolvimento físico e psicológico de qualquer pessoa e o sucesso neste processo vai depender da realidade de cada indivíduo. Quais são as limitações que a deficiência impõe ao seu filho? Em qual meio ele está inserido? Quais são as crenças que têm sido passadas para ele? Você permite que ele tente fazer as coisas sozinho ? Como lida com os erros e frustrações? A família vai desempenhar um papel fundamental no desenvolvimento dessa habilidade que começa na infância.
Dentre os fatores que atrapalham a conquista da independência, está a superproteção. Nenhum pai ou mãe tem a intenção de prejudicar. Mas alguns, sem perceber, acabam projetando seus próprios medos e ansiedades nos filhos e na tentativa de evitar o sofrimento, fazem muito por eles. Outros superestimam os riscos e pensam sempre no pior que pode acontecer, mantendo os filhos dentro de uma bolha. Alguns têm a crença que a deficiência torna a pessoa incapaz de realizar algumas tarefas e a impede de tomar decisões ou ainda sentem pena dos filhos – reflexo do capacitismo. O capacitismo é a opressão e o preconceito contra as pessoas que possuem algum tipo de deficiência. Ele entende que os corpos diferentes do padrão considerado “normal” são inferiores, incapazes ou dignos de pena.